quarta-feira, dezembro 15, 2004

O Terror

As muralhas eram imponentes. Eram feitas de pedra lisa o que as tornava impossiveis de escalar. Notava-se que Sunaris era uma aldeia rica e desenvolvida, ou pelo menos fora. Quando Tea e os nossos guerreiros se aproximavam do portão principal, uma lança espetou-se no chão mesmo em frente a eles:
- Alto. Quem sois vós?
Tea deu um passo em frente e disse:
- Sou Tea, abram imediatamente.
Três cabeças surgiram por cima da muralha, e apesar de estarem longe, os guerreiros notaram que eles estavam com a boca aberta de espanto. Com um barulho ruidoso, o portão principal foi aberto.
Tea e os guerreiros entraram na aldeia e foram recebidos em festa pelos populares. Ouviam-se risos de contentamento e palmas, até que se ouviu a voz de alguém a tentar passar por entre a multidão. Era Huth, o chefe dos guardas.
- Menina Tea, venha comigo, temos muito que falar.
Huth era um homem atarracado. Apesar de baixo, era extremamente largo, e a sua pele morena e voz grossa incutiam respeito. Não era homem de se preocupar desnecessariamente, mas o ar preocupado dele, fez com que Tea o seguisse. Os nossos guerreiros foram atrás dela.
Foram em direcção do salão da aldeia, que era onde faziam as reuniões. Quando os nossos guerreiros se preparavam para entrar, Huth desembainhou a espada:
- Quem são estes? - disse ele apontando a espada para os guerreiros, sem olhar para eles - Basta uma palavra tua e eu mato-os.
Rjck reparou que Rufus já estava pronto para iniciar uma zaragata, e foi acalmar o amigo, enquanto Tea explicou:
- São meus amigos, foram eles que me salvaram. Se não fosse Rjck - disse ela apontando para o guerreiro nórdico - não sei onde estaria. Talvez estivesse morta.
Huth guardou a espada, e fez um sinal de agradecimento. Então disse:
- Venham também ouvir, que toda e qualquer ajuda é bem vinda.
Entraram no enorme salão. Era uma sala grande e fria. Sentaram-se à enorme mesa e Tea perguntou:
- O que se passa? Porque está tudo destruído lá fora? Nesta altura a aldeia deveria estar toda enfeitada. Veio alguma peste?
Huth começou então o relato.
O tio de Tea, Morbius, senhor de Lundae, aproveitou a ausência do pai de Tea para lançar um ataque contra Sunaris. Ignorou os anos de paz e espalhou o terror pela região. Como não tinha homens suficientes para colocar em cheque Sunaris, contratou um bando de gladiadores para os ajudar. Como não conseguiram conquistar Sunaris, então vingaram-se dos sentinelas e dos donos das quintas da periferia da aldeia. Mataram todos de uma maneira horrível.
Mithia, a velha curandeira de Sunaris que estava a assistir um parto, foi violada pelos gladiadores vezes e vezes sem conta até à morte. A maioria dos lavradores foi espancado pelos manguais (que são umas correntes com uma enorme bola de ferro com pregos na ponta) e os que tinham a sorte de morrer, eram enterrados, os que não morriam eram deixados a morrer. Huth continuou com o relato de horror durante largos minutos, sem que ninguém o interrompesse. Contou que o exército de Lundae matava todos os homens da casa e obrigava as crianças a fazerem uma espécie de jogo em que tinham que atirar a cabeça uns aos outros e que quem a deixasse cair, lhe cortavam uma mão. Bebés foram atirados para as rochas, mães tinham que optar qual filho morria com a espada e qual filho morria pelo fogo.
Tea estava em lágrimas. Ela não podia acreditar que o tio tivesse sido capaz de uma coisa daquelas. Huth disse:
- Tivemos que assistir aquele espectaculo macabro das muralhas. Se tivessemos ido, eles matavam-nos a todos e conquistariam Sunaris. Morbius diz que vai lançar o ataque final daqui a alguns dias. Disse que o seu pai tinha morrido devido a uma tempestade no alto mar. Estamos perdidos menina, vai ser o fim de Sunaris.
Rjck cheio de raiva, tentou ser racional e disse:
- Quantos somos? Não contei mais de dez guardas. Presumo que sejamos mais.
Huth disse:
- Somos cerca de quarenta homens, era o suficiente, nós viviamos em paz. Perdemos os sentinelas todos. Eles devem ser perto de mil.
Um grande desânimo abateu-se sobre aquela sala.
- Porque é que eles não tentaram conquistar a aldeia?
Tea respondeu:
- Eles não querem conquistar a aldeia, querem destruir-nos. Querem guerra no mesmo dia em que a paz foi conquistada. Daqui a dez dias.
- Então é guerra que vão ter.
Os nossos guerreiros foram explorar a aldeia, tinham muito trabalho a fazer!

5 Comments:

Blogger Nordic Warrior said...

Um post longo, não foi? Tinha que vos compensar pelos dias em que estive sem escrever. Este tem mais violência, tem que ser, se são guerreiros tem que haver guerra.
Vocês andam a dizer que os meus posts estão a melhorar de qualidade, mas não são só os meus posts. Os vossos comentários estão a ficar com um nível de linguagem deveras elevado :P
Obrigado a todos e espero que gostem.
Cumprimentos
Ricardo

P.S. Comentem sempre, já sabem que me dão ânimo.

15 de dezembro de 2004 às 19:05  
Blogger Hearthy Lovin Greens said...

Lindo.. Gosto muito desta tua escrita. Sem me esforçar muito para pensar, vêm-me as imagens à cabeça como se fabricasse o meu próprio filme!
Continua.
Um beijo* :)

16 de dezembro de 2004 às 15:55  
Blogger Dementia said...

Estou a adorar a história, cada post vem a tornar-se um capítulo surpreendentemente revelador da tua capacidade criativa. Mas também concordo com a Júlia no que diz respeito a algumas gafes de entradas de diálogo , tempos verbais e número. Já me disseste que não tens por hábito rever o que escreves, sei que quando temos algo a correr bem , é maçador andar depois à "cata" de erros e afins, mas é um trabalho que tens de te forçar a ter e que podia trazer muito mais brilho à tua história.
De qualquer modo, está brilhante, e mais uma vez anseio por mais.

Um beijo, e já agora, um bom Natal também :)

22 de dezembro de 2004 às 14:33  
Blogger Hearthy Lovin Greens said...

Estou em pulgas para saber o resto..

(Nao encraves...) :)

Beijinhos

27 de dezembro de 2004 às 09:37  
Anonymous Anónimo said...

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